14 de janeiro de 2014
Postado por: admin
Avaliação do Presidente e Vice-Presidente mostra que o cenário pode melhorar em 2014, mas é preciso investir em infraestrutura
A Federação das Associações Empresariais de Santa Catarina, entidade com maior capilaridade no Estado, abrangendo 32 mil empresas em seu sistema, faz uma análise positiva da economia em 2013, amparada em avaliações realizadas pela Diretoria da entidade e por seus Vice-Presidentes Setoriais. “Enquanto em 2012 o Produto Interno Bruto (PIB) brasileiro fechou com crescimento de 0,9%, espera-se que em 2013 ele feche em 2,3%”, prospecta o Presidente da entidade, Ernesto João Reck. Para ele, este número demonstra um crescimento, mas ainda está muito longe do que é necessário para o desenvolvimento de um País que necessita crescer a passos largos.
E o investimento em infraestrutura é, na sua opinião, suporte essencial para alavancar o crescimento da economia. “Se pegarmos os mapas do Programa de Aceleração do Crescimento 1 e 2 vamos ver que o Brasil parece um canteiro de obras, mas são obras que começaram há anos, enquanto outras ainda são apenas projetos. Precisamos ver o que efetivamente fica pronto para podermos contabilizar nossos ideais de infraestrutura para, então, avançarmos no desenvolvimento”, considera Reck. Uma das principais bandeiras da Facisc é por investimentos em melhorias na infraestrutura do Estado, especialmente rodoviária.
A desburocratização é outro ponto crucial para o crescimento do País. A entidade alerta que não há uma política clara para promover esta mudança em 2014. “Além disso, as tão esperadas reformas que não saem do papel – política, tributária – oneram o País. Produzimos com alto valor, temos uma alta carga tributária e isso nos deixa cada vez menos competitivos no cenário internacional”, pontua o Presidente da Facisc.
Para 2014 a entidade também vê com cautela e preocupação os reflexos da Copa do Mundo e das eleições na economia, numa conjuntura que pode ter, ainda, desvalorização cambial, por conta da controle de emissão de dólares pelo EUA, que tambem vai gerar inflação no Brasil. “O Brasil, de modo geral, tem segurança e nem lastro mas não por muito tempo para suportar uma crise cambial ou crise externa. Em 2014 já sabemos que todos trabalharão menos, por conta do calendário de eventos, e vemos que a reforma eleitoral é necessária. Não podemos parar um país por conta das eleições em um ano onde somos anfitriões de um evento mundial”, também pontua o vice-presidente André Gaidzinski.
Facisc cresceu 9% este ano
No ano em que Santa Catarina se tornou referência por ser o Estado mais associativista/cooperativista do Brasil, a Facisc, entidade com maior capilaridade, encerra 2013 com crescimento de 9% no número de empresas associadas ao seu sistema, totalizando mais de 32 mil. Destas, dois terços são micro e pequenas empresas – no Brasil, 98% das empresas são MPEs. Para 2014, André Gaidzinski projeta uma elevação de 30% no número de associados à entidade, entre associações comerciais e empresas. Redução da carga tributária para ser competitivo no mercado externo, licenciamento ambiental no âmbito municipal e melhoria da infraestrutura estão entre os principais itens da pauta de trabalho da entidade para o próximo ano.
Algumas iniciativas da entidade em 2013:
– Cerca de 600 empresas catarinenses foram beneficiadas com R$ 7 milhões para colocar em prática os projetos aprovados pelo programa Empreender Competitivo. A conquista é da Facisc, que conseguiu passar pelo crivo dos avaliadores 60% dos projetos enviados. O programa visa o fortalecimento de empresas e conta com recursos do Sebrae e de empresários parceiros, em Santa Catarina é coordenado pela Facisc. Ao todo, foram enviados 69 projetos, dos quais 41 foram aprovados pelo programa.
– Conduziu no Estado campanha do Movimento Brasil Eficiente (MBE) para coletar assinaturas para viabilizar um projeto de lei de iniciativa popular que reduza a carga tributária.
– Ingressou com mandado de segurança contra o chamado Decreto do ICMS, do Governo Estadual, que aumentaria de 5% a 13% a carga tributária, prejudicando o optante do Simples. Após pressão da classe empresarial, o Governo desistiu da medida.
– Por meio do seu braço jovem, o Conselho Estadual do Jovem Empresário de Santa Catarina (Cejesc), realizou a I Semana Estadual do Jovem Empreendedor, reunindo mais de três mil pessoas em 12 cidades.
– Promoveu Ciclo de palestras pelo Estado para incentivar a adoção de fontes renováveis de energia pelas empresas, com palestra do engenheiro alemão Reinhard Foertsch, especialista em energias renováveis e instalação de centrais fotovoltaicas e solares térmicas.
– Elaborou um guia de orientações sobre erros mais comuns na declaração do Imposto de Renda para pessoa física e jurídica e realizou o projeto Educação Tributária, voltado a empresas, para evitar problemas com o Fisco.
– Assinou Termo de Cooperação Técnica com o Consórcio Integrado do Contestado, chamado de Consórcio Cinco. Por meio do corpo técnico da entidade, a parceria prevê fomento ao processo de licenciamento municipal nas 15 cidades abrangidas pela iniciativa, no Meio Oeste do Estado.
– Também realizou o II Seminário Estadual Ambiental, para orientar municípios sobre o licenciamento ambiental, pois a norma que municipaliza o procedimento (lei complementar federal n° 140) é de 2011, mas apenas 7% das cidades catarinenses realizam essa atividade.
– Para conscientizar a população catarinense sobre o peso da carga tributária, que é responsável por 32,4% do PIB brasileiro, realizou junto com o Cejesc o 11º Feirão do Imposto, em diversas cidades do Estado.
– Também apoiou manifestação inédita na Capital catarinense para conscientizar a população sobre a alta carga tributária do Brasil. Chamada de Bolo Tributário, a campanha mostrou, em três mil fatias de um bolo de 200 kg, nomes de vários tributos pagos aos governos federal, estadual e municipal.
– Buscando aliar desenvolvimento econômico empresarial com sustentabilidade e preservação do meio ambiente, lançou, com apoio da Fatma, o Guia Ambiental do Empresário Catarinense, com todos os procedimentos que devem ser tomados pelo empreendedor para manter-se de acordo com a legislação ambiental.
– Realizou plenárias em várias regiões do Estado para eleger seus Vice-Presidentes Regionais, cargos que dão mais capilaridade à entidade e permitem estar próximos da realidade local para colher as necessidades específicas de cada região.
– Promoveu missões empresariais para a Alemanha, Itália, Baviera, Dubai e Canadá.
– Apresentou a entidades empresariais e do comércio de seis países da América Central o funcionamento da sua rede própria de cartões de benefícios, oferecido por poucas entidades do gênero no País. A rede Util Card atende de grandes indústrias a microempresas, com mais de 8,8 mil empresas credenciadas e conveniadas, abrangendo mais de 212 mil usuários e movimentando mais de R$ 141 milhões na economia do Estado só em 2012.
– Em setembro, logo após ter sido eleito, o Presidente Ernesto João Reck cumpriu agenda em Brasília para apresentar as bandeiras da Federação para uma aproximação da entidade com a classe política, como a busca por investimentos para a infraestrutura do Estado, especialmente em rodovias e ferrovias do Oeste, de onde escoa grande parte da produção catarinense.
– Firmou acordo de cooperação com o Van Horne Institute, do Canadá, líder em educação e pesquisas de políticas públicas para transportes, para desenvolver trabalhos conjuntos, missões empresariais, intercâmbios universitários, capacitações empresariais e outros projetos para resolver alguns dos problemas causados pela precária infraestrutura das estradas catarinenses, tendo como exemplo o modelo aplicado na cidade canadense Alberta, que tinha problemas semelhantes aos de SC.
– Realizou plenárias no interior do Estado para elaborar planejamentos estratégicos para cada uma de suas 12 regionais, ouvindo lideranças empresariais de cada região, de forma a tornar mais assertivas suas ações.
– Tornou-se uma das entidades embaixadoras da campanha “Oito Jeitos de Mudar o Mundo”, capitaneada no Estado por mais de 100 organizações públicas e privadas para ajudar a disseminar os oito objetivos de desenvolvimento do milênio estabelecidos pela Organização das Nações Unidas (ONU).
– Realizou consultorias na área de crédito para micro e pequenas empresas.
– As micro e pequenas empresas que integram o Sistema Facisc foram destaque no Prêmio MPE Brasil 2013: das oito categorias, concorreram em sete e venceram em cinco. Das 20 empresas que foram finalistas da etapa catarinense, 80% são associadas e 75% fazem parte os Núcleos Empresariais do Programa Empreender da entidade, criados para fortalecer a atuação empresarial por segmento de mercado.