Comércio varejista também contribuiu para o resultado positivo

A economia catarinense registrou crescimento de 7,1% no acumulado de janeiro a abril de 2025. De acordo com o indicador de desempenho econômico medido pelo Banco Central (IBCR), Santa Catarina se mantém como o segundo estado com maior avanço econômico no país, próximo ao desempenho do Paraná (7,5%). Segundo análise da FACISC, o principal vetor desse crescimento, no mês de abril, foi o setor de serviços.

Para o diretor setorial da FACISC, Lito Guimarães, esse desempenho é reflexo, entre outros fatores, do aumento da renda média do trabalhador catarinense no primeiro trimestre do ano. “O fortalecimento do poder de compra tem impulsionado especialmente os serviços voltados às famílias, como academias, lavanderias e fornecimento de alimentos para empresas e residências”, explica.

O comércio varejista também contribuiu para o crescimento estadual. Santa Catarina permanece entre os maiores destaques nacionais em segmentos como supermercados e hipermercados, vestuário, calçados e itens de uso doméstico e pessoal. “Esse movimento ampliou o volume de mercadorias em circulação, e estimula os serviços logísticos de armazenamento, carga e descarga”, analisa Lito.

Sinais de desaceleração começam a surgir

Apesar dos resultados positivos no acumulado do ano, os indicadores de abril em relação a março apontam uma retração de 1% na atividade econômica estadual. Essa queda está relacionada, principalmente, à desaceleração da produção industrial catarinense, setor que começa a sentir mais os efeitos do elevado patamar das taxas de juros no país.

O diretor setorial da FACISC explica que a elevação da taxa básica de juros, atualmente no maior nível em 19 anos, está associada ao cenário de incerteza fiscal e à ausência de medidas concretas de contenção de gastos por parte do Governo Federal. “Esse cenário somado ao aumento da instabilidade política internacional, pode afetar de forma negativa a confiança do investidor e o ritmo de crescimento da atividade econômica”, explica.

Lito Guimarães reforça a importância de um ambiente econômico estável, com previsibilidade fiscal e estímulo ao setor produtivo. “O desenvolvimento sustentável da economia catarinense depende da manutenção de condições que favoreçam o investimento, a geração de emprego e o fortalecimento das empresas”.