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Aeroporto de Navegantes, dificuldade para voar alto

29 de agosto de 2011
Postado por: admin

Com desinteresse de empresas aéreas e sem pressão por voos internacionais, Navegantes vê crescer a importação de cargas e os voos fretados.

Letras metalizadas na entrada principal do Aeroporto Ministro Victor Konder desenham um título durante muito tempo desejado pelas lideranças de Navegantes e da região: o de internacional. Voos comerciais regulares ligando Vale do Itajaí e Litoral Norte ao mundo deveriam trazer incremento ao turismo de lazer e de negócios. Mas as rotas implantadas após a internacionalização, em 2004, foram canceladas e hoje não há previsão de novas linhas.

A sazonalidade da demanda e a infraestrutura do terminal, que está defasada, são empecilhos para que Navegantes alcance voos mais altos.

O interesse em novas linhas, de acordo com a Infraero, deveria partir das próprias companhias. Mas, no momento, não há consulta de viabilidade para implantação de rotas internacionais. A perda reflete principalmente no setor empresarial, que depende da mobilidade para gerar mais negócios.

O aeroporto tem importância fundamental pela posição estratégica e logística não só de mercadorias, mas de executivos e empresários que vêm e vão para fechar negócios, inclusive internacionais. Tudo o que se pode fazer para nos aproximar dos clientes e aproximá-los de nós é importante – diz o presidente da Associação Empresarial de Blumenau (Acib), Ronaldo Baumgarten Junior.

De fato, os executivos estão entre os principais frequentadores do aeroporto. Para os que pretendem fechar negócios no Exterior, resta embarcar em Florianópolis ou Curitiba, ou investir em voos fretados (charter). É dos pequenos aviões de aluguel que depende o movimento internacional de Navegantes.

Nos últimos três anos, a quantidade de voos particulares que partiu e veio de outros países passou de 67 para 142. Mas são as riquezas geradas pelos negócios internacionais que mais movimentam o terminal. Apesar de pequeno, o Aeroporto Internacional de Navegantes é o que mais movimenta cargas de importação em Santa Catarina e o 10º no país – em 2010 foram mais de 4 mil toneladas.

As cargas de importação que passam pelo terminal são encomendadas por empresas do Vale com eletroeletrônicos, componentes para a fabricação de telefones, equipamentos usados em transmissão a cabo e insumos das indústrias têxtil e naval, que não chegam pelo ar, mas por terra (veja tabela sobre importação).

Navegantes poderia transportar mais cargas se houvesse espaço. É a única opção de todo o Vale do Itajaí – afirma Osmar Ricardo Labes, presidente do Sindicato das Empresas de Logística e Transporte de Cargas em Santa Catarina (Setcesc).

dagmara.spautz@santa.com.br

Texto: DAGMARA SPAUTZ

Desinteresse por rotas internacionais
O que dizem as companhias sobre expansão das linhas aéreas:

Gol
– A companhia informa que tem planos de ampliar as operações em Navegantes a curto prazo, mas no mercado doméstico

Tam
– A empresa informou, por meio de assessoria de imprensa, que faz análises técnicas que levam em conta a demanda e a infraestrutura de cada região para implantar novos voos. No momento, não há previsão de implantação de linhas internacionais em Navegantes

Webjet
– A companhia opera no momento apenas com voos domésticos. Há interesse de ampliar as operações para voos internacionais, mas ainda não há previsão para que isso ocorra em Navegantes

Azul
– Por meio de assessoria de imprensa, a companhia informou que opera voos internacionais fretados para a América do Sul, que não são regulares. Mas, por enquanto, não há planos de linhas para o Exterior.

Importação de cargas pelo terminal do Vale do Itajaí
– A mercadoria chega aos aeroportos de Guarulhos ou Campinas em aviões cargueiros
– Os lotes passam por fiscalização da Receita Federal, são lacrados e carregados em caminhões conforme o destino final no Brasil
– Os caminhões seguem com a carga por terra para Navegantes
– No aeroporto de Navegantes, os lacres são abertos e a carga é conferida pela Infraero e pela Receita Federal
– Se estiver tudo certo, o terminal comunica o importador, que faz uma declaração de importação
– Após o pagamento de tributos, a carga é liberada

Fonte: JSC

Categoria: Notícias