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Santa Catarina é o estado com o maior nível de bem-estar econômico do Brasil, aponta pesquisa

8 de fevereiro de 2012
Postado por: admin

Santa Catarina é o estado com o maior nível de bem-estar econômico do Brasil. Esta é a conclusão de um estudo da economista Cláudia Bueno Rocha Vidigal, mestre em Economia Aplicada pela Escola Superior de Agricultura Luiz de Queiroz (USP/ESALQ). O Noticenter teve acesso aos resultados do Índice de Bem-Estar Econômico (IBEE), um indicador especialmente criado para a pesquisa, que mostram que o estado catarinense lidera o ranking nacional quando, além de dados econômicos e sociais, são levados em conta indicadores de consumo, capital físico e humano, gastos com desenvolvimento e pesquisa e risco de desemprego e violência, entre outros fatores.

Se analisadas todas as dimensões de maneira conjunta, o cálculo do índice revela que, independentemente dos pesos atribuídos para cada uma delas, Santa Catarina apresenta o maior bem-estar econômico do Brasil. A diferença é tão significativa que o estado de São Paulo, atual segundo colocado, registrou um IBEE em 2008 (0,608) bem abaixo do que o estado catarinense contabilizou em 2002 (0,665).

De acordo com o estudo, Santa Catarina tem o segundo maior índice de consumo privado e de capital físico do país, atrás apenas do Distrito Federal e de Minas Gerais, respectivamente. Também é vice-líder no ranking das menores desigualdades de renda e é o estado com menor intensidade de pobreza e os mais baixos riscos de desemprego e violência, aponta a pesquisa.

São Paulo, Rio Grande do Sul, Paraná e Minas Gerais completaram a lista dos cinco estados com maior nível de bem-estar econômico. Na outra ponta está Alagoas, que registrou os piores indicadores. O cálculo foi realizado com dados dos anos de 2002 e 2008.

AS DIMENSÕES DO ÍNDICE

O IBEE é formado por quatro dimensões: fluxos de consumo, riqueza real–legado intergeracional, equidade e seguridade econômica (saiba mais sobre eles na tabela ao lado). Os resultados da pesquisa mostraram que, no campo fluxos de consumo, Distrito Federal, Rio de Janeiro e São Paulo foram os estados mais bem posicionados. O Maranhão apresentou os piores valores. Em relação à riqueza real e legado deixado às futuras gerações, o Distrito Federal se manteve líder nos dois anos analisados, acompanhado pelo Paraná. O Mato Grosso obteve a pior colocação em 2002 e o Piauí em 2008.

Já a dimensão equidade, que considera o nível de desigualdade de distribuição de renda e a intensidade de pobreza, foi liderada por Santa Catarina, Rio Grande do Sul e Paraná, refletindo as boas condições oferecidas pela região Sul do Brasil. Na contramão deste resultado, o estado de Alagoas apresentou indicadores preocupantes de equidade econômica.

Em relação à dimensão seguridade econômica, alguns estados da região Nordeste apresentaram baixos riscos associados aos recursos econômicos, alcançando as primeiras colocações no ranking. Os bons resultados foram influenciados pelos baixos valores apresentados para os indicadores de risco, sobretudo para o risco de pobreza em idade avançada e para o risco de violência, medida pela taxa de homicídios.

UMA ALTERNATIVA AO PIB

Cláudia explica que a proposta com a pesquisa foi criar um novo indicador de acesso aos recursos econômicos que fosse capaz também de englobar os diferentes aspectos que estão associados a um padrão de vida considerado decente. Ela lembra que, hoje, os indicadores mais utilizados para mensurar o bem-estar econômico são o Produto Interno Brunto (PIB) e o PIB per capita, que levam em consideração apenas a renda. “Não existe um indicador de bem-estar econômico mais preciso”, conta, em entrevista ao Noticenter.

Para a economista, esses indicadores são limitados por não incluírem variáveis que captem a satisfação econômica a partir de aspectos considerados importantes para o bem-estar da população, como risco de violência e desemprego. “A avaliação deve considerar, por exemplo, fluxos de consumo pessoal, estoques de riqueza, distribuição de renda e seguridade econômica”, explica a pesquisadora. Em outras palavras, um estado com alto PIB não tem, necessariamente, bons níveis de bem-estar econômico.

Ainda segundo a autora, além de disponibilizar informações transparentes à população, a construção de um índice de bem-estar econômico pode ajudar na construção, implementação e monitoramento de políticas públicas.

Matéria publicada em 08/02/2012
Fonte: Noticenter

Categoria: Notícias